Eu AMO o AMOR
enquanto a MORTE TECE
(com seus fios invisíveis)
aquilo que tarde ou CEDO
virá, repleto de DORES.
(26/06/08)
“Por Deus, ai amigas, mentr’al non fazemos,
so aqueste ramo frolido bailemos
e quen ben parecer, como nós parecemos,
se amig’amar,
so aqueste ramo so lo que nós bailemos
verrá bailar”.
(Airas Nunes – Cantiga de amigo – 2ª metade de século 13)
Sou pernambucano, de Recife, e canceriano, do segundo decanato (3 de julho de 1947). Somados os algarismos do ano em que nasci, vamos achar 21 – tão múltiplo de sete, quanto as 14 letras do meu nome. Tenho uma relação meio cósmica com o sete. O número do meu CPF, por exemplo, tem sete pra todo lado. Já escrevi algumas vezes sobre isso.
Já viajei muito e por onde andei me disse “de Caxias”, pois nesta cidade da Baixada Fluminense (onde moro atualmente) fui criado desde os dois meses de idade, estudei, me iniciei na literatura e no jornalismo, militei politicamente, casei três vezes (é, fui reincidente!) e vi nascerem dois dos meus três filhos.
Estreei no jornalismo em 1968, no semanário A Solução, como comentarista de música e redator. Dois anos mais tarde fui trabalhar no Rio, passando pelas revistas Tv. Guia (a primeira especializada em televisão no Brasil), Amiga e Fatos e Fotos (ambas da Bloch Editores), jornal Última Hora, além das rádios Tupi e Continental.
Perseguido pela ditadura militar, fiquei de saco cheio de ir
Durante a fase de semi-clandestinidade, entre uma cadeia e outra, eu ia vendendo meus poemas (mimeografados ou xerografados), nos bares da orla de Copacabana, e publicando algumas coisas em jornais alternativos (de resistência à ditadura), tais como Pasquim, Movimento, Repórter e outros.
Pesquisador da literatura popular do Nordeste (cordel), tenho quatro livros publicados nesse estilo: O encontro de Jararaca e Ratinho no céu (editado em 1978 e reeditado em 1983, pela Funarte, e em 2005, pelo poeta Pedro Marcílio), A guardiã das fontes (Secretaria Estadual de Cultura/Centro Palácio Itaboraí – 1980), O povo exige eleições diretas (Comitê pró Eleições Diretas e Autonomia Municipal de Duque de Caxias – 1984) e Petrobras 40 anos: não à privatização (Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias – 1993).
Por ser fissurado em música, acabei “virando” compositor, escrevendo letras para músicas de Francisco Rodrigues, Aldemir Duval (da Massa Experiência), Paulo Romário, Eduardo Souto, Fernando Wellington, Ribas, Mirabô, Joni Maestro, Eliane Saleck, Beto Gaspari e Canthídio.
Ainda sobre música, estou para lançar o livro Falando de música, reunindo uma série de textos já publicados na mídia, sobre Luiz Gonzaga, Bill Haley e seus Cometas, Novos Baianos, Ruy Maurity, Adelino Moreira, Geraldo Azevedo e muitos outros. Além disso, acabo de escrever o livro Maria das muitas canções, que será lançado pela Funarte, em 2010.
Para teatro, escrevi Peço a palavra (parceria com Maurício Mamede – 1968), Aqui, na floresta (musical infanto-juvenil – 1980), Enquanto seu lobo não vem (parceria com Nélio Menezes – 1988), O filho do homem (parceria com Leila Pigui – 1994) e Agora, sou eu, com estréia prevista para abril do próximo ano.
Os poemas divulgados neste blog são do livro O olho do pai de vidro (a sair no ano que vem) e o conto, do livro Romance carioca, ainda em preparo.
Tenho ótimo trânsito entre os jovens, muitos dos quais são freqüentadores das rodas de conversa que rolam em minha casa, e que costumam entrar pela madrugada. O segredo desse bom convívio com a galera mais nova, não é segredo nenhum. Tanto, que vou contar aqui pra todo mundo: não se deixar impressionar pelo avanço da idade cronológica é uma opção de vida.
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