sábado, 5 de dezembro de 2009

Poema novo

Fazer um poema novo

exige de mim total sintonia

com a energia cósmica,

de onde flui a criação.

Se não, eu não consigo

- operário que sou –

trabalhar cada verso, cada palavra,

com o zelo que me dignifique em meu ofício.

 

É preciso esgotar o verbo

em todos os tempos e modos,

e só assim me sentir vivendo

(com toda a intensidade)

aquele momento mágico

(único), que jamais se repete.

 

Do contrário, me bastaria um muro em branco,

esquecido ao acaso

nesse último período pré-eleitoral.

Ali, de Pillot em punho

eu registraria esta frase,

seca como a realidade que nos cerca:

            Meu ex-amor,

            eu te amei imensamente.

            Que pena!

(1983)

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