Fazer um poema novo
exige de mim total sintonia
com a energia cósmica,
de onde flui a criação.
Se não, eu não consigo
- operário que sou –
trabalhar cada verso, cada palavra,
com o zelo que me dignifique em meu ofício.
É preciso esgotar o verbo
em todos os tempos e modos,
e só assim me sentir vivendo
(com toda a intensidade)
aquele momento mágico
(único), que jamais se repete.
Do contrário, me bastaria um muro em branco,
esquecido ao acaso
nesse último período pré-eleitoral.
Ali, de Pillot em punho
eu registraria esta frase,
seca como a realidade que nos cerca:
Meu ex-amor,
eu te amei imensamente.
Que pena!
(1983)
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