O menino amava o pai,
que tinha um olho de vidro
com o qual o menino
costumava se entreter.
Tomava o olho nas mãos,
colocava junto ao seu
e depois de brincar bastante
deixava em cima da mesa,
entre restos de comida
e a louça do jantar.
Numa noite, o pai chegou
e o filho (todo contente)
pedindo o olho emprestado
pôs-se a brincar, como sempre.
Em breve fração de tempo,
a criança descuidou-se
e o olho caiu partido,
sobre o piso da cozinha.
Dava gosto ver aquele olho
no chão estilhaçado
e o menino rindo à beça.
(1979)
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