sábado, 16 de janeiro de 2010

Outro soneto

O meu amor é como um passarinho:

às vezes voa, canta ou adormece.

Que som é esse que vem do jardim,

enquanto os frutos apodrecem nos vitrais?

 

Embebeu em sódio e morreu de tédio

- nenhum vivente veio ter-lhe ao leito.

Sem qualquer mistério ou misericórdia

a procissão do dia ia: Ave Maria!

 

Par ou coroa/ação, pensamento...

Que antigo segredo jazia na lápide?

A confissão do réu fora soberba.

 

O abajur lilás não é mais aquele

e eu já estou cansado do comum das coisas...

Mas chega de soneto. Tá legal!

(1976)

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